A quem está destinado o direito de magoar? Ao magoador ou ao magoado? Ao magoador que viola as condições do livre dizer para atacar, ainda que só com palavras, o pensar ou o agir dos outros? Ou ao magoado que de tão sensível torna-se covarde aos comentários alheios, evitando a própria defesa em função disso?
O magoador rompe com as barreiras do bom senso, encarando com aspereza o legado do magoado. Nada justifica, ou dá condições para o magoador desfazer do outro como se fosse humanamente superior. Ninguém é superior. Ainda que me venham com a desculpa de que tudo depende do ponto de vista, continuo com a afirmação de que ninguém é humanamente superior.
Mas como não sou fã da convicção unilateral do pensamento, acredito que também tem culpa aquele que se deixa magoar como se fosse uma esponja absorvendo as imposições de verdades mundanas. Papo furado. Será mesmo que devemos acreditar em tudo que o mundo nos dita? Trazemos isso para nós?
A dica, em ambos os casos, é transcender aquilo que possa (nos) afetar. Palavras são abstratas quando ditas, concretas quando escritas, mas também são, sobretudo, plasmadas sobre a intenção que se dispõem. Articulá-las, então, vale tanto para o ataque quanto para a defesa. Para o ataque vale a entonação. Para a defesa, a interpretação.
Ninguém, é santo ou diabo quando se trata de sentimento.
Amei, perfeito...