Parece um desacato a boa conduta das meninas de dezenove anos, de aparência normal, estado metal equilibrado, e uma vida dentro do padrão internacional das vidinhas medíocres estipuladas para todas as meninas desta idade, dizer que eu não tenho namorado e nem quero ter um no momento.
Não sou lésbica, abstinente sexual, nem qualquer coisa que me faça ser inadimplente só porque não manifesto esta vontade. Sempre discorro do pensamento sobre a necessidade de estarmos acompanhados. A sociedade para mim é um complexo existencial, pois sem ela, acredito que seria melhor a vida, mas com ela admito que já está de bom tamanho.
Apesar de não reclamar a constante companhia – seja de família, amigos e afins – que possuo, reconheço que anseio por vezes (por muitas vezes) ficar só. Quando estou só, inclusive, me sinto até melhor. Muito melhor. Meu estado torna-se a áurea que naquele instante rompe a barreira do meu ser, para então dominá-lo e moldá-lo ao estado que e quero. E melhor disso tudo é que eu estou sozinha, logo, ninguém mais além do meu próprio senso, poderá me julgar.Comigo, posso ser má, boa, insana, sensata, ridícula, pervertida, mau-caráter, cruel, destruidora, sonhadora, e por fim, real. Comigo eu sou eu mesma.
Será que é tão difícil assim compreender que não necessito do complemento de uma outra pessoa, principalmente para relacionamentos??? Não agora! Eu preciso me completar primeiro. Eu preciso ser eu, para depois ser de alguém. Preciso encontrar o que em mim, já não pode ser mudado. A procura pelo que falta será natural. Será uma procura líquida, pois escorrerá de mim sem que eu perceba e inundará o vazio daquilo (ou daquele) que falta.
Desculpe, mas eu estou cheia no momento.